Cheguei a Delhi estavam a decorrer os "Commonwealth Games", rodeados de um enorme aparato policial, com polícias atrás de barricadas, nas ruas, e estacionados em todos os lugares públicos.
Havia faixas só para os autocarros dos Jogos, que alguns tentavam ocupar e que muitas vezes se arrependiam.
Fui sempre abordada, na esperança de me ouvirem responder que a razão da minha ida a Delhi tinha sido para assistir aos Jogos, e sempre se desiludiram quando lhes respondia que não.
Nos concertos, ao fim do dia, não me apercebi de outro tipo de público que não fosse o que parecia ser o habitual.
Delhi estava a viver o fascínio por si mesma; inundada de cartazes, onde se lia" Green Delhi".
Ironia, numa cidade onde o verde se vê cinza e o azul desmaia.
Onde se varre meticulosamente os espaços que se habita, e se coloca o lixo em monte para ser utilizado durante o dia pela mão, ou boca, que por lá passe. E este ritual, repete-se diariamente com o monte a crescer, a espalhar-se e a confundir-se com os indigentes, que por lá se arrastam.
A poluição pesa na respiração e tinge a pele.
É proibido fumar em Delhi.
Há imensos parques verdes, herança dos ingleses, onde a minoria que tem acesso, se passeia ao passo que lhe convém.
Delhi entreabriu a porta, e eu entrei a medo. A cor era cinzenta e, o cheiro pesado, entranhava-se.
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