Na Índia, assisti a algumas praticas que constituem por si, verdadeiras paixões.
Não existe templo, rua, canto, casa, onde não se veja alguém debruçado a varrer metodicamente. Figuras, algumas lindíssimas, que se debruçam ao ritmo de vassouras deslizantes.
Deliciavam-me essas imagens.
Sempre gostei de varrer; de pegar na vassoura e de me esquecer. De me perder pelo chão, e de avançar, lenta e ritmadamente.
Num balanço onde o corpo se esquece, e o pensamento se esvai.
Enquanto uns varrem, outros rodeiam-nos, quando nos vêm de máquina na mão.
Sorrindo afectuosamente, pedem para ser fotografados enquanto nos questionam de onde somos, como nos chamamos, porque é que estamos sozinhas.
São velhos, famílias, crianças, de toda a espécie que nos cercam e se debruçam sobre a máquina.
Quando se reconhecem, ou são reconhecidos pelos amigos, têm todos a mesma idade, no sorriso que se alarga até ao brilho do olhar.
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