Chegar a Bundi à noite com o Baba, tinha sido um oásis para o olhar já entumecido por cores e rostos acolhedores; pela pedra do Rajastão.
O haveli onde tinha ficado, prolongou essa sensação de sonho já vivido.
Lembrava-se do terraço, da sensação de estar em sítio nenhum e de, no entanto, sentir que podia pertencer àquele lugar, onde havia macacos que entravam pela cozinha e roubavam comida, e a respiração se soltava.
Estava debruçado sobre um lago decadente, renovado pela modernidade de um sikh. Os empregados, rapazes que ia buscar ao campo e ensinava a trabalhar por meia dúzia de rupias, não tinham direito a férias. Dois dias por ano, para irem à terra, a casas que já não reconheciam.
A justiça social tem vários rostos, mas, aqui, tinha sentido correcção entre estas pessoas.
A descida das ruas até ao mercado, ladeadas por casas sombreadas por azuis e brancos; pedras seculares trabalhadas por mãos que sabiam, tinha sido uma luxúria para os sentidos.
O tempo parou e não queria sair daquele lugar onde os caminhos a abraçavam e o olhar se dissolvia.
O mercado, as cores os rostos a miséria num lugar que a reconhece sem a escorraçar, foi apaziguante.
Finalmente, a cor.
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