sexta-feira, 21 de maio de 2010

Prazeres

Lembro-me bem dos cheiros e das cores da livraria e da papelaria da minha infância, na Covilhã.
Havia a Nacional, e uma papelaria pequena de que não me recordo o nome, talvez a Ideal da Beira, onde comprava as bonecas de papel para vestir e os bonecos em prancha que espalhavam no balcão de madeira, e que era de difícil escolha.
Ir à livraria Nacional era descer a rua a correr e entrar ofegante na loja, procurar as folhas de papel de lustre com o olhar, e encostada ao balcão, enquanto esperava pelo caderno que tinha pedido, sentir o cheiro das borrachas dos lápis e do papel.
As cores.
E os livros, havia Os Cinco, as Três Gémeas, a Colecção das Raparigas, e as revistas aos quadradinhos, como se dizia então, que nos incendiava a alma.
E as cadernetas, onde se colavam os cromos que vinham em saquetas, incógnitos.
Prazeres

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