Dava por mim, sorrateiramente, a escorregar escadas abaixo e a entrar naquele mundo que para mim não tinha nome.
Um espaço grande e mal arrumado, que me fascinava, e onde me diziam para não ir, porque o primo António estava a trabalhar.
Lá estavam os livros, papel, as folhas de ouro, as peles e os ferros à espera do primo António.
Passava as mãos pelos livros enquanto os olhos lambiam a bancada.
Deixava-me estar no conforto daquele espaço que não tinha idade.
Ainda hoje me habita o prazer solitário daqueles momentos.
Onde pararão os ferros de cunhar as capas e lombadas, onde?
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