Outro dia entrou no quarto dos gémeos e olhou para uma das paredes.
Lembrou-se da outra, há 35 anos, num sétimo andar;
Chão de madeira, meticulosamente encerado; um globo gigante em papel de arroz e bambu, dizia-se
um colchão de espuma sobre uma esteira, coberto com uma manta de lã grossa, cores brilhantes. (Chefchauen, Tanger?)
Havia uma estante feita com tábuas de pinho, grossas, assentes em tijolos.
Um berço, em azul escuro, que servia nos primeiros meses, de cama e meio de transporte.
E a banheira, aquele objecto assustador, que a memória deixa ver como uma estrutura metálica forrada com um oleado forte, azul claro.
E na parede, La Fille du Garde-Barriere, um poster imenso com cores intensas que chamavam o olhar do Di, invariavelmente.
diziam sempre que era o vermelho.